Dia desses, filosofando sobre “a vida, o Universo e tudo mais”, cheguei à triste conclusão de que se gasta muita energia sendo você mesmo; logo, talvez fingir ser alguém diferente valha mais à pena. Será?
Ser você mesmo implica agir de acordo com princípios e crenças próprios, sustentar seus posicionamentos e tentar, ao máximo, garantir a coerência entre pensamentos e atitudes. Características que, convenhamos, não são simples de administrar. Por outro lado, fingir geralmente facilita a interação em qualquer situação, atraindo para si a atenção e o carinho das pessoas.
Acredito que todos nós possuímos diferentes facetas dentro de nós, como “mini-personalidades” que, juntas, constituem quem somos de fato; afinal, não nos comportamos da mesma maneira em casa, no trabalho, na escola/faculdade. Cada ambiente, bem como cada grupo social, demanda uma postura específica. No entanto, a postura que assumimos em cada um desses casos não difere drasticamente (pelo menos não deveria) da nossa essência.
Meu questionamento surgiu a partir de minha própria experiência: nunca consegui atuar na vida real. Ser eu mesma, cheia de defeitos e qualidades, sempre me foi motivo de orgulho. Aprendi que sorrisos e abraços devem ser sinceros; que àqueles com quem não nos identificamos, oferecemos educação; dos que nos desrespeitaram, esquecemos; sobre o que não conhecemos, perguntamos; se erramos, pedimos desculpas; e que mudar de ideia não é pecado. Ainda que com certa dificuldade, geralmente funciona.