terça-feira, 26 de julho de 2011

Meus oito anos

Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonho, que flores,
naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias
Do despontar da existência!
- Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é- lago sereno,
O céu - um manto azulado,
O mundo - um sonho dourado,
A vida - um hino d'amor!

Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar

Oh! dias da minha inafância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!

ABREU, Casimiro de. Meus oito anos. In: Poesias completas. Rio de Janeiro, Tecnoprint, s.d.p. 41.






Short e Camiseta Maria Filó*
Blazer Renner
Sapatilha e Cinto C&A
Relógio Mondaine Twist por Reinaldo Lourenço

*Adquiridos da liquidação de 50% (que ainda está acontecendo!)


Diversos elementos nesse look remetem à minha infância, ainda que essa não tenha sido a intenção quando elaborei ele. O recorte do short, bem diferente como os que minha mãe comprava; a máquina de costura da minha avó; o relógio colorido que troca pulseira; o casaco de moleton, eterno companheiro das crianças - todos trazendo lembranças de um tempo que não volta mais, como ilustra bem o poema romântico de Casimiro de Abreu.

Correr, pular e gritar nunca foram minhas atividades favoritas quando pequena, eu era mais quieta e passava os dias na casa dos meus avós brincando de boneca e de escolhinha. Talvez uma pitada de molecagem tenha me feito falta; no entanto, o assovio do meu avô e os bolinhos de chuva da minha avó proporcionaram momentos adoráveis que jamais esquecerei.

Sim, tenho saudades da "aurora de minha vida"! De uma época em que os sonhos eram muitos e as dificuldades, poucas. Principalmente, sinto falta das carícias e dos beijos que, no meu caso, eram da vovó...

Nostalgia à parte, fiquei bastante satisfeita com esse look: por si só, o short é capaz de garantir sucesso à produção, graças ao belo recorte, e o blazer de moletom é uma alternativa viável para a variação climática que tem acompanhado os cariocas nos últimos dias. Mais uma vez usei a sapatilha com o laço puxado para trás, como aqui - agora lembrei de fotografar o efeito. ;)

A minha infância foi repleta de momentos felizes e roupas coloridas. Como foi a sua?

3 comentários:

  1. Sou muito nostalgico...
    Acho que tento olhar pra frente com tanta força pra não olhar para tras e sofrer...
    Minha infãncia foi otima, cheia de molecagens, brincadeiras e membros engessados.

    Essa vida cinza de hoje e uma piada sem graça perto daquilo...
    mas oque fazer?

    Deixa eu ir, senão falarei e sofrerei muito mais.
    Beijo minha linda!

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  2. ADORO esse poema do Casimiro. Me lembra muito o professor Almir, quando ele lia com aquela emoção toda dele.
    Lindo você postar isso!

    E que saudades dos meus 8 anos... ^^

    Beijos lindaaaaaaaaaaa :**

    Saudades tia schu! :)

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  3. Sei lá você é tãããão nostálgica! Eu aprendi a conviver com isso, aliás eu te dou beijos sim sua ingrata! Só é você que torna a nossa convivência mais difícil me provocando e dando sermões, admita: é você sim. Aliás você as vezes me lembra o Justin. E o Justin é chato. Assinado você sabe quem, e não, não é o Voldemoert. :*

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