sexta-feira, 6 de julho de 2012

Quinta-feira filosófica: por que não mudar?

"O Pensador", escultura de François-Auguste-René Rodin


O dicionário define a palavra opinião como “modo de ver, pensar, deliberar; parecer, conceito; juízo, reputação; ideia, princípio” – em nenhum momento irredutível, permanente ou imutável aparecem relacionados a ela. Já dizia Raul Seixas que a metamorfose era uma alternativa bem mais interessante do que as velhas opiniões. Afinal, o que seria da humanidade se nenhum de seus integrantes ousasse repensar algum conceito? Talvez nós ainda usássemos o escambo como transação ou aceitássemos a escravidão como uma válida forma de trabalho. A inovação transforma desde as relações sociais até os avanços médicos e, para que ela exista, é necessário questionamento, inconformismo, raciocínio; enfim, coragem de reavaliar os antigos paradigmas.
No entanto, não apenas no campo científico antigas ideias podem e devem ser debatidas. Você, no seu mundo particular, está totalmente liberto das amarras da permanência – pode mudar de ideia sempre que um determinado assunto que, antes considerava “pronto”, lhe chamar a atenção sob outro enfoque. Tal atitude não lhe torna “sem personalidade”; esse é o indivíduo que prefere ater-se ao que já conhece, àquilo que lhe foi apresentado por alguém num dado momento do passado, ao invés de quebrar um pouquinho a cabeça buscando compreender e enxergar o mundo através de novas lentes.
Sim à diversidade de pensamentos/ideias/opiniões!
Igualmente sim ao respeito com que devemos tratar os pensamentos/ideias/opiniões alheios!
Lembrando que respeitar não significa, necessariamente, concordar. Uma vez que na Alemanha Nazista existiam leis regulamentando a vida dos cidadãos, como a proibição dos casamentos entres alemães e judeus, é possível compreender o ponto de vista daquela sociedade (ou de parte dela), que a fez adotar tais medidas; no entanto, nada nos compele a concordar com tais práticas, muito menos disseminá-las e adotá-las. Exemplo mais leve: qualquer ser humano é livre para decidir tornar-se vegetariano; porém, isso não implica que todos devamos aderir a tal dieta, ou o contrário: os onívoros também não são os detentores da verdade em relação à alimentação humana.
Tantas palavras, frases e parágrafos serviram apenas para um desabafo de quem acredita no poder das ideias e na importância de reciclá-las esporadicamente. Assim como empreendemos faxinas em nossos guarda-roupas, analisando cada item e nos desfazendo daqueles que não atendem mais às nossas necessidades, seja porque engordamos/emagrecemos ou simplesmente mudamos de estilo, da mesma maneira devemos agir com nossa mente: sempre em movimento para que as traças não devorem.

Um comentário:

  1. Sempre acreditei na mutalidade (neologismo eu acho!rs).
    Vc e livre para ser, querer, fazer tudo o que quiser...

    Esta tudo na lei!
    Aproveito e cito tbm Raul seixas...rs

    O que parece faltar e a consequência dessa liberdade, já que precisamos saber lidar com as respostas que nossas ações vão gerar.

    Nada e simples nessa vida infeliz...rs

    Com grandes poderes vem grandes responsabilidades, ja dizia o Tio Ben...
    E todo ato, palavra ou gesto nosso tem grande poder e consequencias...

    Falei demais!
    Mas adorei o post.
    Beijo meu amor!

    Ps.: se fui prolixo me desculpe, e o soninho!
    ps².: falando em onívoro me lembrou carnívoro que me lembrou BACON...:(

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